Avó é presa suspeita de matar a neta com bolo envenenado em MG
Garota tinha nove anos Redes sociais Uma mulher, de 59 anos, foi detida suspeita de matar a neta, de 9, com um bolo envenenado em São Francisco. O mandado de p...

Garota tinha nove anos Redes sociais Uma mulher, de 59 anos, foi detida suspeita de matar a neta, de 9, com um bolo envenenado em São Francisco. O mandado de prisão preventiva foi cumprido nessa sexta-feira (19). Segundo as informações da Polícia Civil de Minas (PCMG), o laudo pericial concluiu que tanto o alimento quanto o organismo da vítima continham terbufós, substância tóxica usada em pesticidas e agrotóxicos. ⚠️ Quando é ingerida por humanos, a substância ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos. Causa tremores, convulsões, falta de ar e cólicas, pode deixar sequelas neurológicas e matar. 📲Clique aqui para seguir o canal do g1 Grande Minas no WhatsApp De acordo com a PCMG, no dia 23 de julho, a avó estava sozinha com as duas netas em casa quando preparou o bolo e o ofereceu para as crianças. Enquanto a mais nova faleceu, a mais velha, de 11 anos, consumiu uma quantidade menor do alimento, pois não gostou do sabor. Ela apresentou sintomas mais leves e sobreviveu. Um gato da família, que também morreu após consumir alimentos no local, foi examinado por um médico veterinário. O laudo do especialista apontou que o felino teve danos ao fígado, indicando intoxicação como provável causa da morte do animal. A motivação do crime ainda está sendo apurada. O nome da mulher não foi divulgado. Em nota, o advogado de Izabel Cardoso de Andrade, Raphael Simões de Moraes Neto, disse que a cliente dele colaborou espontaneamente com as investigações e autorizou diligências em sua residência. O defensor afirmou ainda que ela nunca se omitiu, razão pela recebeu com "surpresa" a decretação de sua prisão preventiva. "Estamos tomando medidas para reverter a decisão e, por ora, ressaltamos a inocência da Sra Izabel e a desproporcionalidade de sua prisão, visto que sua liberdade não oferece quaisquer tipo de risco." Comportamento da avó Durante a investigação, o comportamento da mulher levantou suspeitas, como detalhou o delegado William Araújo. “Uma delas ingeriu o alimento, começou a passar mal e avisou a avó que estava se sentindo muito mal. Ela, de maneira um tanto quanto imprecisa, sem dar grande importância à palavra da neta, foi para o banheiro tomar banho, arrumar o cabelo e lá permaneceu por quase 50 minutos.” Conforme o delegado, a avó só providenciou o socorro quando a irmã mais velha da vítima percebeu que ela estava praticamente desfalecida e expelindo fluídos pelo nariz. Ao gritar por socorro, a investigada chamou um taxista que conduziu a menina ao hospital. No inquérito, os policiais constataram que não havia mais ninguém na residência que poderia ter colocado a substância no bolo, conforme relato da própria suspeita e da criança sobrevivente. “Outro detalhe que chamou a atenção da equipe é que a avó suspeita não demonstrou grande preocupação e pouco abalo emocional com o fato de a neta ter sido envenenada e morta. Isso nos causou estranheza. Além disso, o decurso do tempo entre o momento em que a criança começou a passar mal e a avó efetivamente prestou o primeiro socorro, cerca de 50 minutos, isso sim colocou essa pessoa como a principal suspeita.” O delegado afirmou que como o caso causou grande repercussão na cidade, para garantir a ordem pública e a integridade física da própria investigada a PCMG representou pela prisão dela. “É importante destacar que as investigações já estão sendo conduzidas com muitos detalhes baseados em provas testemunhais e laudos periciais que revelaram a presença do princípio ativo do veneno e para que nenhum tipo de injustiça seja feita. Infelizmente as apurações indicam que a autora que foi hoje presa realmente foi a responsável por preparar e entregar às crianças o bolo envenenado”, finalizou o delegado regional de Januária, Luiz Bernardo. Delegacia da Polícia Civil em São Francisco Polícia Civil Sobre o caso No dia 23 de julho, equipes da Polícia Militar foram acionadas depois que Alana dos Santos Cardoso Marques morreu ao dar entrada no hospital da cidade em parada cardiorrespiratória. Ela estava na casa da avó quando passou mal. Segundo a PM, a avó contou que preparou um bolo para o café da tarde. Um tio da criança também esteve na casa e deixou uma sacola com outro bolo e pães de queijo. Ela, a menina e uma outra neta de 11 anos — irmã da vítima — comeram dos três alimentos. Em seguida, a criança começou a reclamar de náuseas e fortes dores abdominais. A avó contou que tentou aliviar os sintomas fazendo uma massagem com gel. Em seguida, percebeu que a Alana estava expelindo um líquido branco pelo nariz e começou a ligar para pedir ajuda. Um vizinho foi quem levou a menina ao hospital. Enquanto os policiais estavam na casa, uma testemunha entregou um gato morto e relatou que o animal havia chegado ao local apresentando os mesmos sintomas da menina. O gato foi recolhido e encaminhado à Vigilância Sanitária do município. Os policiais recolheram também o bolo preparado pela avó e os alimentos deixados pelo tio. VEJA TAMBÉM: Médico explica sobre os casos de envenenamento no Brasil Vídeos do Norte, Centro e Noroeste de MG Veja mais notícias da região em g1 Grande Minas.